Aceitar a Mulher que Renasce

Amanhã celebra-se Ostara, um festival solar também conhecido como Equinócio da Primavera.

Este festival marca um momento de união e de amor entre a Deusa (Lua) e o Deus (Sol), pois é um período de igualdade e equilíbrio entre as forças da Natureza e em que o dia e a noite têm a mesma duração depois do Inverno. Começamos a sentir menos vontade de dormir, a acordar mais cedo, a comer menos, a estarmos mais voltadas para o exterior, para o sol e para pensamentos cada vez mais leves.

É um tempo de equilíbrio, de balanço e reflexão sobre o ponto em que nos encontramos – “Permiti-me parar, descansar e recolher no Inverno?”; “Tirei tempo para dormir, escrever ou ficar no sofá sem fazer nada?”. Caso não nos tenhamos permitido descansar o suficiente, com o corpo a pedir agora movimento, podemos correr o risco de nos levarmos à exaustão e não deixar que o sol brilhe em nós.

Neste dia, os antigos Pagãos da Europa acendiam fogueiras nos cumes das montanhas. Este fogo simbolizava o iluminar dos caminhos para que o Sol pudesse retornar à Terra, tornando-a fértil.

O Sol volta a reinar brilhante no céu, e as chuvas caem para fertilizar o solo e a Deusa da Primavera, corre pelos campos, acabando de chegar de um tempo de recolhimento (Outono e Inverno). É o tempo de dizermos sim à Vida e de aceitar ser a Mulher que renasce, dona de si e das suas escolhas (relembrando-nos o arquétipo de Artémis que existe em nós), celebrando a abundância que se avizinha. Na natureza isso é visível, pelo brotar das sementes, o sol e o verde a pintar a paisagem.

Esta Deusa também conhecida por Ostara, Eostore (que significa Deusa da Aurora e que pelas suas características deu origem à hormona feminina “estrogénio”), ou Easter (Páscoa) representa a renovação, a ressurreição e o renascimento e tem como símbolo o coelho.

O coelho é um dos maiores símbolos de fertilidade da Deusa, pela sua capacidade de reprodução, pois eles têm um período de 28 dias de gestação para darem à luz os seus filhotes, e 28 dias é o ciclo de uma lunação.

Outro grande símbolo desta época é o ovo, que simboliza a fertilidade da Deusa e do Deus, o símbolo de toda a criação, a prosperidade. É tradição esconder os ovos, e encontrá-los simboliza que a pessoa alcançará suas metas.

Trata-se assim de uma época de fazer um balanço e começar a plantar tudo aquilo que desejamos, com amor, fortalecendo a energia de complementaridade entre o masculino e o feminino dentro de nós e entre também o homem e a mulher. É uma época de promessas e de decisões, pois a Terra e a natureza despertam para uma nova Vida. É altura de deixarmos brilhar o sol dentro de nós.

Se ainda não te sentes preparada para a Primavera devido à intensidade do Inverno interno, dá-te tempo para que ela surja dentro de ti, mas não fiques demasiado tempo nessa “escuridão de conforto”.

Despeço-te deixando-te uma sugestão para celebrares este dia de Ostara: hoje quando chegares a casa faz um balanço, reflecte para saberes onde te encontras e escreve numa folha de papel o que queres plantar e fazer renascer para este novo ciclo e deixa esse papel num local visível a ti. Depois como símbolo, pega num ovo, fecha os olhos e coloca lá todas essas intenções e deixa este ovo junto às raízes de uma planta que tenhas em casa. Sempre que olhares para este ovo vais lembrar-te que tudo o que desejaste está em tempo de gestação para dar à luz.

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