F.P.
“O caminho nesta jornada foi entender o que era o feminino e resgata-lo em
mim. Abrir a porta ao feminino deu-me a oportunidade de estar mais atenta e de
me tornar uma melhor pessoa.
No início, esta caminhada, não me fez muito sentido, as resistências eram muitas e foram aparecendo, mas fui sempre enfrentando-as, muitas vezes, sem ver
e sem acreditar.
Nesta jornada tive a oportunidade de me olhar através de mim, através das mulheres que se sentavam no meu círculo e sentindo a veracidade, exposição e a
vulnerabilidade de cada uma de nós. Senti que algo mudou em mim, senti que
aprendi a respeitar-me, a priorizar-me, a cuidar-me e ainda que me fosse difícil,
a escolher sempre o que achava ser o melhor caminho para mim, e fui seguindo
sempre o meu coração, ainda que por vezes me tenha trazido alguma dor. Dor
essa, que aprendi a senti-la, a suporta-la, a acolhê-la sem querer fugir dela.
Aceitando-a, aceitando-me e aceitando o que vêm, acreditando que tudo faz
parte de um processo de aprendizagem. Foi para mim também, uma tomada de
consciência do sentimento mais poderoso, o AMOR.
Algo mudou em mim, algo mexeu comigo, hoje uma simples flor não me é indiferente, paro, olho-a e observo. Hoje observo as pequenas e simples coisas da
vida. Acredito e sinto que ainda tenho um longo caminho a percorrer mas com
a certeza que nada será igual ao que foi até aqui, existe uma consciência ainda
maior e existe o amor por mim, existe a minha pessoa em primeiro lugar.
Agradeço-o a mim, a Sílvia por ser a pessoa que é, uma pessoa que admiro pela
sua simplicidade e pela sua partilha de conhecimento, e claro, por me ter ajudado a tornar a pessoa que sou hoje e de ter acompanhado e acarinhado as minhas
dores neste processo.
Agradeço também, a todas as mulheres que se sentaram comigo no círculo naqueles dias, em que nos permitíamos ser o que éramos. Nós Próprias!”